segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço

Estou um pouco surpreso e decepcionado comigo mesmo. Neste último semestre, perdi bastante do meu (pouco) dinheiro com as ações da Petrobras e da Vale. Sei que não fui o único. Não quis ficar de fora dos lucros fáceis e exorbitantes que vi muita gente ganhar em pouco tempo. Fui com a manada, que para mim é sagrada.

Contrariei toda uma postura de vida quando tirei meu dinheiro da poupança e virei um investidor agressivo. A minha gerente não me alertou devidamente para os riscos envolvidos. Além de tudo, fez pouco da minha ira e respondeu com um trocadilho manjado, que eu escuto desde que nasci, ao meu pedido de retornar minha carteira para um perfil mais conservador. Ela disse: “Calma. Negócio de bolsa é um investimento de longo prazo. Tem que ter paciência. E para fazer o seu patrimônio crescer, o senhor tem que ser arrojado: tem que pensar Gandhi”. E balançou o polegar e o indicador para que eu compreendesse mais rápido a sua hilariante piada. O método da não-violência tem limites.